Tudo começou pelo simples fato do presidente da Sessão, o vereador Zé do Pão (PTB), não ter concedido ao vereador Jackson (PT) a prorrogação de mais cinco minutos de fala durante seus discursos nos Assuntos Gerais da sessão
O jogo virou. Mas, a mudança de papéis ainda não foi bem assimilada por governistas e oposicionistas. Até aqui o clima estava calmo e ameno na Câmara Municipal de Camaçari. Contudo, na quinta-feira (06), a situação mudou completamente. E tudo começou pelo simples fato de o presidente da Sessão, o vereador Zé do Pão (PTB), não ter concedido ao vereador Jackson (PT) a prorrogação de cinco minutos de fala durante seus discursos nos Assuntos Gerais da sessão.
Entenda o caso: o vereador Jackson estava discursando quando o tempo regimentar de 10 minutos, que cada vereador tem para fazer seu discurso nos Assuntos Gerais, expirou. Nesse momento o vereador solicitou a prorrogação do tempo por cinco minutos conforme acordo, prévio, entre os vereadores. Contudo, o vereador Zé do Pão não aceitou o pedido, quebrando o acordo feito entre os edis.
O vereador Jackson contestou a decisão e lembrou do acordo feito, mas mesmo assim, não teve sucesso. Foi quando os vereadores Téo Ribeiro e Dentinho, ambos do PT, disseram que cederiam cinco minutos de seu tempo regimentar de fala para o vereador Jackson, contudo, o vereador Zé do Pão foi irredutível não aceitou.
O impasse pôs fim no ácido discurso do petista, que fazia duras críticas ao governo municipal, apontando falhas em serviços públicos e contestando a decisão do prefeito de assinar o decreto que autoriza o reajuste das tarifas do transporte coletivo municipal sem consulta. Empolgado com seu discurso, Jackson tinha deixado a ‘cereja do bolo’ para o final, mas ficou sem tempo.
Sem permissão para seguir sua argumentação, o vereador permaneceu na tribuna e afirmou que não sairia enquanto não concluísse seu discurso. A partir daí, começou um bate-boca generalizado, que se estendeu para o público presente e a gritaria tomou conta da Casa. Fazendo uso do Regimento Interno o presidente da Câmara, o vereador Oziel (PSDB) orientou o vereador Zé do Pão a cancelar a sessão, o que foi feito imediatamente.
Para quem ficou na curiosidade sobre o ato final reservado por Jackson, a conclusão é a seguinte: mesmo com o microfone desligado, o vereador tirou dois peixes de uma caixa de papelão levada por ele para o plenário como crítica pelo cancelamento da distribuição da cesta de Semana Santa por parte da Prefeitura aos beneficiários do Bolsa Família. “Isso foi o que o prefeito Ademar Delgado deu”, apontou os peixes. E virando a caixa vazia: “Isso é o que o prefeito Elinaldo vai dar [nada]”.
Jogo político
A tendência é que o clima continue esquentando na Casa. Entretanto, a decisão de não prorrogar o tempo não deveria ser um motivo para o vereador Jackson e os demais oposicionistas travarem um bate-boca com os vereadores da situação, a ponto de cancelar a sessão. Haja vista que, quando a Casa foi presidida pelo PT, os vereadores da oposição, por muitas vezes também quiseram ceder o tempo para outro vereador usar e não foram permitidos. E nem por isso houve barraco.
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