São muitas as possibilidades de fazer uma reforma digna na Previdência sem um arrojo na classe operária. Contudo, ninguém quer mexer com os grandes
Numa tentativa clara de querer desestabilizar a mobilização popular contra a Reforma da Previdência, o governo do presidente Michel Temer (PMDB) lançou diversas matérias na mídia nacional essa semana ameaçando aumento de impostos caso não consiga aprovar o projeto. De acordo com o governo, agora a culpa do déficit nos cofres públicos é da Previdência Social.
Que a Previdência precisa passar por uma reforma isso é sabido por todos. Mas, não aumentando os anos de contribuição da maioria da classe trabalhadora brasileira para 40 anos. Mas, sim, aumentando os anos de contribuição de classes que podem se aposentar com 15 anos de contribuição. Acabando também com benefícios que magistrados, militares e tantos outros membros do alto escalão federal e estadual têm quando se aposentam.
São muitas as possibilidades de fazer uma reforma digna na Previdência sem um arrojo na classe operária. Contudo, ninguém quer mexer com os grandes. Por isso a madeira só sobre para cima dos pequenos.
Recentemente o ministro da Fazenda, Henrique Meireles afirmou durante exposição na audiência pública na Comissão Especial da Reforma da Previdência, na Câmara, que, quanto maior a despesa com o setor, maior é a taxa de juros da economia, numa tentativa de sensibilizar os parlamentares para a necessidade de aprovação da proposta do Executivo.
Segundo o ministro, o País saiu da maior recessão da história do Brasil desde a década de 1930 e, sem a aprovação da proposta, o Brasil teria de elevar carga tributária em 10% do PIB apenas para financiar aumento do rombo do setor.
O ministro afirmou que é perguntado constantemente se deveriam permitir brasileiros se aposentarem mais cedo. "Não há dúvida, mas o problema é que sociedade brasileira tem de pagar e existe a questão de sustentabilidade do regime. O que estamos colocando aqui é questão da sociedade brasileira e não opinião, pois os números falam por si só e são avassaladores".
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