O presidente do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Junior, em conversa com a Tribuna, destacou que ainda não exista nada neste sentido, mas aproveitou a oportunidade para estender tapete vermelho para possíveis dissidentes. “Alguns deputados do PSL seriam muito bem-vindos no PDT. Tem gente muito boa no PSL hoje”. O líder pedetista diz “alguns” porque provavelmente o único que não seria bem aceito na legenda seria o ex-presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Marcelo Nilo. Os dois são desafetos declarados. Félix admite que já teve conversas preliminares, embora não tenha citado nomes. “Por enquanto só tivemos conversas superficiais. Nada concreto”, disse o presidente do PDT baiano.
Atualmente o PDT tem dois deputados (Sargento Isidório e Roberto Carlos) na ALBA e Felix Junior afirma que Paulo Câmera “já está” na legenda, aumentando sua representação para três parlamentares. Oficialmente, o PSL ainda tem seis deputados (informação no site da instituição), contando com Paulo Câmera. Além de Nilo e Câmera, o PSL é composto por Alan Castro, Euclides Fernandes, Jurandy Oliveira, Manassés e Nelson Leal.
A movimentação começou, pelo menos nos bastidores, em decorrência da perda de força de Marcelo Nilo, que perdeu apoio dos pares e retirou sua candidatura à presidência da Assembleia. Ele estava no quinto mandato consecutivo (10 anos) à frente do Legislativo estadual e queria mais um. Mas não conseguiu manter seu poder de articulação e foi derrotado por Ângelo Coronel (PSD), novo presidente do parlamento.
Também em entrevista à Tribuna, Nilo disse que desconhece a suposta articulação de debandada do partido que ele preside em nível estadual. Mas se mostrou tranquilo com a possibilidade de os rumores ganharem contornos de realidade. “Até agora ninguém me disse que quer sair do PSL. Mas se quiserem, tudo bem. Por mim não tem problema. Eu não tenho conhecimento disso, mas quem quiser sair estará no seu direito. Cada um tem que procurar ir para o partido que achar mais conveniente”, minimizou o ex-presidente da Assembleia.
E no rol das especulações, é dada como certa a saída de Alan Castro e Manassés. Os dois declararam apoio a Coronel antes mesmo de Marcelo Nilo retirar sua candidatura à reeleição do Legislativo. Se eles de fato saírem, é provável que Nilo não fique surpreso. Pelo menos essa foi a reação que ele demonstrou quando os correligionários declararam apoio a seu adversário. “Com esses dois eu nunca contei”, disse Nilo no dia do anúncio do apoio de Castro e Manassés.
Marinho deve assumir controle de comunicação
O deputado federal pela Bahia Márcio Marinho (PRB) deve ser, nos próximos dias, oficializado no comando do setor de comunicação da Câmara dos Deputados em decorrência das mudanças nos cargos de poder na Casa. Pastor licenciado da Igreja Universal, de Edir Macedo, Marinho irá comandar, se for confirmado no cargo, uma estrutura de mais de 500 funcionários, composta por TV, rádio e site, entre outros órgãos.
A Secom (Secretaria de Comunicação) da Câmara passou a ser controlada por um deputado por decisão do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso no Paraná. Em 2015, Cunha entregou a função a um deputado também do PRB, Cleber Verde (MA), que não é da Universal. Na ocasião foram nomeados para cargos de chefia funcionários politicamente contrários à gestão da então presidente Dilma Rousseff, de quem Cunha era adversário. Com informações da Folha de S. Paulo.