Finalizado o segundo turno das eleições municipais, especialistas ouvidos por A TARDE avaliam que as mudanças promovidas na legislação eleitoral deixaram brechas e não foram efetivas no objetivo de promover maiores condições de igualdade na disputa entre os candidatos. Além de proibir o financiamento privado de campanha, a nova legislação eleitoral reduziu o tempo de campanha pela metade.
Para o advogado Ademir Ismerim, especialista em direto eleitoral, as mudanças beneficiaram os candidatos com maior poder aquisitivo e aqueles que já tinha cargo eletivo, citando o exemplo da Câmara Municipal de Salvador, onde a renovação foi de 35%, contra 56% em 2012. “Beneficiou quem é rico e quem tem estrutura. Não beneficia nenhuma candidatura nova, e isso é ruim, porque
você não pluraliza os eleitos”.
Ismerim acredita que mudanças serão feitas para as eleições de 2018. O presidente da Comissão Especial da Câmara Federal que vai analisar, estudar e elaborar propostas para a reforma política é o deputado baiano Lúcio Vieira Lima (PMDB).
O cientista político Joviniano Neto viu como positivo o fim do financiamento privado, mas como negativo a redução do tempo de campanha. “Foi uma das razões para o aumento das abstenções, brancos e nulos. As mudanças na legislação tornaram mais necessária a reforma política, para haver maior aproximação entre político e eleitor”, disse.
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