De todas as ideias que surgiram até agora, nenhuma é tão ilusória e sem sentido quanto a proposta de novas eleições presidenciais – sugerida pela Folha de S.Paulo no último domingo e, um dia depois, abraçada com entusiasmo pela ex-senadora Mariana Silva, que lidera a pesquisa Datafolha.
"Para a REDE, a solução para a atual e grave crise política do país não está nem na presidente Dilma Rousseff, nem no seu vice Michel Temer, porque ambos são responsáveis pela atual situação do Brasil. Por isso, a realização de um novo pleito é a melhor forma de enfrentar todo esse contexto, ao devolver à sociedade a opção de rever sua opção através do voto", diz o partido de Marina, em sua página na internet. "A REDE acredita que só uma nova eleição dará legitimidade ao novo Governo capaz de liderar o país para a renovação política, ética e moral."
Suponha, então, que Marina confirme as pesquisas Datafolha e se eleja presidente da República, ainda em 2016. Como ela, à frente de um partido com apenas cinco deputados e um senador, iria governar um País como o Brasil? Como encaminharia reformas estruturais? Como aprovaria questões básicas da administração, como o orçamento federal? Como atuaria numa Câmara dos Deputados onde o presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enredado em diversos escândalos de corrupção, controla mais de 100 deputados, evita sua cassação e ainda é capaz de levar adiante processos de impeachment ilegítimos?
Novas eleição não fazem qualquer sentido se um eventual acordo nessa direção não for precedido de uma reforma política. Caso contrário, será a receita para atirar o País numa crise ainda mais profunda.
< Anterior | Próximo > |
---|