O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), afirmou ontem que sem a garantia da presença da Polícia Militar nas festas programadas para acontecer em bairros da capital baiana durante o Carnaval, a prefeitura deverá cancelar toda a programação. O gestor soteropolitano postou em sua conta no Facebook a íntegra de uma entrevista que concedeu a uma rádio local. “Um evento público, em qualquer lugar da cidade, sem ter o policiamento e a garantia da segurança pública, essa hipótese não existe e eu já disse isso ao governador”, alertou.
O prefeito se referia às críticas feitas pelo governador Rui Costa (PT) à extensão dos dias da festa momesca em Salvador e dos carnavais dos bairros. Segundo Rui Costa, deveria ter tido um entendimento antes entre os Poderes para depois anunciar a ampliação dos festejos em bairros da capital baiana. “Oficializamos o carnaval do Nordeste de Amaralina, mas essa festa já existia, e ampliamos os bairros de São Caetano e Pau da Lima. Estou disposto a construir uma solução que garanta o Carnaval. Se o governador não quiser fazer o Carnaval [nos três bairros], basta ele dizer. Não tem problema. Se ele disse que não vai dá a polícia, a gente não vai fazer a festa”, informou o prefeito.
Anteontem, durante a cerimônia de recondução do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Inaldo da Paixão, o governador, em coletiva de imprensa, voltou a tratar do assunto. Segundo Rui Costa, o governo não pode mais retirar efetivo policial do interior do estado para garantir o policiamento além dos dias já tradicionais e em bairros com festas já programadas antecipadamente. “Eu não tenho policiais suficientes para aumentar o efetivo. O Carnaval em algumas cidades no interior está aumentando também. Eu já esvazio as cidades por conta do Carnaval, mas não posso zerar só porque este ou aquele prefeito quer aumentar o Carnaval. Deveríamos estar encurtando e não aumentando”, reclamou, ao citar que Porto Seguro e Barreiras também pretendem ampliar o Carnaval este ano e o governo não irá garantir efetivo policial.
Apesar do ruído, o prefeito ACM Neto informou que a prefeitura vai fazer todos os ajustes necessários para que Estado e Município cheguem a um entendimento. “Quando a gente amplia o Carnaval, não estamos fazendo isso para ter mais festa na cidade, mas estamos fazendo isso por conta do elemento econômico. O Carnaval movimenta mais de R$ 1,5 bilhão por ano. A indústria do Carnaval hoje é uma das maiores da Bahia. A geração de emprego e renda, não é só no período da festa, mais ao longo do ano inteiro, e isso é fundamental para a cidade. Espero que o governador entenda a importância econômica e que ele possa garantir [a segurança]”, cobrou o democrata.
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