Um homem morreu e outros quatro foram presos, na madrugada desta sexta-feira (28), após confronto com as polícias Civil e Militar, em localidades do complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador. Segundo a polícia, todos têm envolvimento com o tráfico de drogas da região. Pelo menos 44 equipes participaram da Operação Nordeste Julho, da Secretaria da Segurança Pública (SSP), deflagrada nesta quinta-feira (27).
Os suspeitos foram identificados como José Renato Balbino, 29 anos, Marcos Vinícius Lopes da Silva, 23, Jeanderson Moreira da Silva, 23, Uanderson Nascimento do Espírito Santo, 20 e um outro, identificado apenas como Grimaldi - que foi baleado e acabou morrendo.
Com eles, a polícia apreendeu uma submetralhadora, uma pistola calibre 9 mm, uma espingarda calibre 12, uma pistola 380, um revólver calibre 22, 364 trouxas de maconha, 11 pedras de crack, 18 pinos de cocaína, munições, seis facas, material para acondicionar cocaína, duas cadernetas de anotações do tráfico, R$144 em espécie e uma balança de precisão.
Conforme o titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), delegado Odair Carneiro, responsável pela operação, a polícia fez ações nas localidades do Vale das Pedrinhas, Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz, Boqueirão e Areal do Nordeste. "O objetivo é conter o índice de violência do local. Nós tivemos algumas ações em que esses indivíduos atiraram contra viaturas da polícia que adentram para fazer investigação e policiamento preventivo", afirmou Odair, durante coletiva de apresentação dos presos, nesta sexta-feira.
Ainda de acordo com Carneiro, José Renato, Marcos e Jeanderson têm passagens por tráfico e foram presos em flagrante quando embalavam drogas dentro de uma casa, na Rua Raimundo Viana, no Vale das Pedrinhas. Já Uanderson foi preso com uma pistola calibre 9 mm, munições e drogas na Santa Cruz. Parte do material apreendido foi encontrado na casa do traficante Willian Roberto Bispo dos Santos, na Rua Vietnã do Sul, na Chapada do Rio Vermelho.
Um dos alvos da operação, Willian conseguiu fugir. "O quinto traficante, identificado como Grimaldi resistiu à prisão e trocou tiros com os policiais. Ele foi baleado e não resistiu", acrescentou. Os suspeitos permaneceram calados durante a coletiva.
Ocupação
Conforme Odair Carneiro, a polícia militar vai continuar ocupando toda localidade. "Todas as vezes que detectarmos ações de bandidos contra a polícia ou a população, nós vamos invadir e ocupar por tempo indeterminado. Esses bandidos são contumazes na prática de tráfico de drogas, homicídios, expulsão de moradores, sequestros, além de ataques às viaturas policiais", salientou. A polícia não informou se os presos têm envolvimento com facções específicas.
Comandante da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), major Amilton Souza explicou que 44 equipes das polícias Civil e Militar participaram da operação. "É uma ação rotineira, estamos em constante ação em todas as áreas do Nordeste. Vamos agir com legalidade, mas com força máxima para impedir que esses marginais insistam em praticar delitos na região", pontuou.
"Tínhamos alguns alvos definidos, a partir daí, vasculhamos as localidades que apresentavam indícios de que haveria armas e drogas. A operação vai ser continuada e a gente deve manter a ocupação pelos próximos dias. A polícia vai tratar a criminalidade de forma dura e, dessa forma, dar a resposta que as pessoas de bem almejam", acrescentou.
Armamento
As armas apreendidas são consideradas pela polícia de grosso calibre. "Para a sociedade, toda violência tem destaque, ela quer conviver pacífica. Esses indivíduos utilizam uma arma para cometer crimes. É um armamento pesado, temos informações de que esses armamentos existem no Nordeste. Nosso objetivo é tirar esse armamento de lá", explicou Odair.
O delegado informou, ainda, que as armas apreendidas nesta sexta-feira são de calibres que coincidem com homicídios recentes registrados no local, além de ataques às viaturas. Todo material deve ser encaminhado à perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Além da quantidade e calibre das armas, outro ponto de dificuldade apontado pela polícia é a geografia do bairro. "A topografia dificulta muito o trabalho da polícia, mas as guarnições já têm o terreno delineado. Durante a ocupação, à medida que as coisas forem evoluindo, vamos definir de que maneira vamos continuar operando", disse o major Amilton, salientando que a comunidade têm ajudado a polícia denunciando as ações do tráfico.
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