O retrato falado de um dos envolvidos no assalto ao capitão reformado da Polícia Militar, Adelmo Pereira Cardoso, 54 anos, foi divulgado nesta sexta-feira (30) pela Força Tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP). O crime aconteceu na manhã de ontem, no bairro de Marechal Rondon.
O suspeito aparenta ter cerca de 20 anos, é magro, tem entre 1,65m e 1,70m e olhos pretos. No momento do crime, usava uma bermuda de tactel, camiseta, boné e sandália. O outro ladrão que participou do assalto não foi identificado e não teve retrato falado divulgado, pois ficou dentro do carro - um Uno - durante a ação.
O desenho divulgado hoje foi feito com base em informações de testemunhas ouvidas pelo delegado Odair Carneiro, titular da Força-Tarefa, pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).
No assalto, a arma do capitão, uma pistola calibre 380, foi levada. Baleado no queixo, Adelmo foi socorrido por vizinhos para o Hospital do Subúrbio e depois transferido para uma unidade particular. Ele passa bem.
Informações sobre os suspeitos podem ser passadas pelo Disque Denúncia (3235-0000), com garantia de anonimato.
Crimes contra policiais
Desmoralização, abalo psicológico e enfraquecimento. É dessa maneira que policiais descrevem crimes em que as armas de agentes de segurança são roubadas. Um levantamento feito pelo CORREIO aponta que, em metade dos oito assaltos envolvendo policiais nos últimos 50 dias, o armamento foi levado. Nesta quinta-feira (29), o capitão Adelmo Pereira Cardoso, 54, foi baleado e teve a arma roubada em um assalto.
Pelo menos quatro armas foram levadas neste ano, sendo duas de policiais civis e o restante de PMs. Desde o início do ano, foram 13 assaltos a policiais. A Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) informou não ter estatísticas oficiais sobre o roubo de armas de policiais.
“Chegou ao ponto de que mesmo andando armados, a bandidagem vem afrontando a corporação. Andamos em alerta no cinema, no shopping, na rua, no bar, não tem lugar que estejamos seguros. Há relatos de policiais que tiveram suas casas invadidas só para roubar as armas”, contou um policial da 1ª Delegacia (Barris).
Os policiais que tiveram as armas levadas (quatro casos nos últimos 50 dias) não estavam em serviço. Um agente da 9ª Delegacia (Boca do Rio/ Imbuí) disse que, em algumas situações, a arma de um policial é um "troféu da bandidagem". “Significa que o cara que está com uma pistola .40 peitou ou matou um representante do Estado e assim acaba de uma certa forma tendo prestígio no grupo.”
O roubo de armas de policiais deve ser informado à Delegacia Territorial da área onde aconteceu o crime. Cada corporação da Secretaria de Segurança Pública (Polícia Civil, Militar, Departamento de Polícia Técnica e Corpo de Bombeiros) tem autonomia para decidir como faz o controle interno dessas baixas.
No caso de a arma roubada ser de propriedade do Estado, tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil abrem investigações internas para apurar o que aconteceu com o armamento. No caso da PC, é instaurado ainda um Procedimento Administrativo Disciplinar na Corregedoria. As assessorias das Polícias Civil e Militar informaram que precisam de um prazo maior ao fechamento desta matéria para fazer o levantamento dos dados solicitados.
Troféu
Policiais da 9ª Delegacia (Boca do Rio) relatam que o roubo de armas de policiais não é de agora. “Isso vem acontecendo há anos. As armas são roubadas para a prática de outros crimes, como assaltos e homicídios. Já tivemos casos que colegas nossos já foram baleados por bandidos que usavam a arma da própria polícia. Como é que esta arma chegou até eles?”, declarou o agente.
Ainda segundo o agente, o roubo da arma é uma das primeiras ações dos criminosos, quando um policial é baleado. “Quando um policial é baleado ou morto num assalto a coletivos ou quando é reconhecido em outra situação e também é baleado, a primeira coisa que os criminosos fazem antes de fugir é levar a arma”.
No entanto, os policiais afirmam que não andam amendrontados. “Mas isso não significa que a polícia está amedrontada. Pelo contrário. Ainda somos a lei e todos aqueles que andam às margens da ilegalidade pagarão o seu preso”, complementou outro policial civil.
A delegada Maria Selma, titular da 16ª Delegacia (Pituba), disse que há dois meses bandidos roubaram a arma de um vigilante de um estabelecimento comercial na Pituba. “A arma, um revólver, foi usada no mesmo dia em um assalto na região do Iguatemi”, contou a delegada, que já tem pistas do criminoso. “Ele vem praticando assaltos aqui na área, inclusive já foi solto pela Justiça e já pedimos a prisão dele novamente”, disse Selma.
Policiais baleados
Um capitão reformado e um sargento da Polícia Militar foram abordados e baleados no rosto por assaltantes, na manhã desta quinta-feira (29). As ações aconteceram em Marechal Rondon e em Paripe, respectivamente, em um intervalo de apenas 1h30. Nenhum deles corre risco de morte.
O capitão Adelmo Pereira Cardoso, 54 anos, trabalha como segurança do cantor Léo Santana há pelo menos seis anos. Ele tinha saído de casa, na Rua Vicente Celestino, por volta das 6h30, a caminho da academia, quando foi abordado pelos criminosos.
Segundo informações da polícia, na ação, os suspeitos fizeram um disparo atingindo Adelmo no maxilar. Os bandidos levaram a arma do policial, que foi socorrido por um vizinho para o Hospital do Subúrbio e, depois, transferido para um hospital particular. Segundo a PM, ele não corre risco de morte.
O CORREIO esteve no bairro onde o policial mora, mas os vizinhos não quiseram comentar as circunstâncias do crime e se limitaram a dizer que o policial é “muito querido por todos”. A assessoria do cantor Léo Santana informou que o artista não está na cidade, mas que os empresários estão dando a assistência e o suporte necessários ao segurança.
< Anterior | Próximo > |
---|