Pé de Ferro, Lucas e Uilton. Esses, segundo um policial civil, são os três suspeitos de matar o investigador Luiz Santos de Jesus, de 59 anos, na madrugada desta quinta-feira, 15, no bairro da Liberdade, em Salvador.
Segundo o policial, Luizinho, como o investigador era carinhosamente chamado, foi abordado pelos criminosos por volta das 3h, quando passava de carro pela rua Lima e Silva, próximo ao Terceiro Centro de Saúde.
“Ele tinha saído de uma festa com a esposa e um casal de amigos. Os bandidos pararam o carro dele, mandaram todos descerem e se ajoelharem, depois fizeram a revista. Viram que ele estava armado, tomaram a arma e deram um tiro nas costas dele, na covardia”, narrou o colega, sob anonimato.
Luizinho foi levado ao Hospital Geral Ernesto Simões Filho (HGESF), no Pau Miúdo, mas morreu logo em seguida. A esposa dele e o casal de amigos não ficaram feridos.
Após o crime, os bandidos fugiram levando a pistola calibre .40 do investigador. A arma foi encontrada, à tarde, com um adolescente de 17 anos, na rua Nilo Peçanha, na localidade Beco do Sabão, no bairro da Calçada (Cidade Baixa).
O jovem e mais três homens foram conduzidos ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba, onde foram ouvidos pelo delegado Odair Carneiro, da Força-tarefa da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA), que apura mortes de policiais. Todos foram liberados em seguida.
Operação
Durante esta quinta, policiais civis de diversas unidades fizeram buscas em vários bairros de Salvador a fim de capturar os criminosos. Cerca de 100 policiais, entre investigadores e delegados, participaram da operação. Segundo um agente, a última localidade a ser vistoriada foi a da Prainha, no bairro do Lobato, subúrbio ferroviário.
A operação teve início nas primeiras horas da manhã desta quinta e foi retomada por volta das 3h da tarde, logo após o corpo de Luizinho ser sepultado no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, na Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas.
Quinto policial civil morto
Luizinho estava na Polícia Civil há 29 anos e, atualmente, trabalhava no Serviço de Investigação (SI) da Delegacia de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Dreof). Ele foi o quinto policial civil morto este ano, segundo o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc), Marcos Maurício. Todos durante a folga.
“Não podemos deixar de andar armados por conta da exposição. Todos os dias bandidos entram e saem das unidades, ficamos conhecidos”, avaliou Maurício.
Segundo ele, a falta de investimentos contribui para que esses crimes aconteçam. “A Segurança Pública não proporciona segurança jurídica, apoio psicológico, nem capacitação”, reclamou.
Em nota, a SSP informou que “o trabalho de combate à violência no Estado é realizado com muito profissionalismo por parte dos policiais, das instituições e do governo do estado”.
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