Três casos suspeitos da doença misteriosa que já atingiu 52 pessoas na Bahia foram notificados no Ceará, segundo confirmou nesta quinta-feira (12) a Secretaria da Saúde do estado. Todas as notificações foram feitas até o dia 10 de janeiro, segundo o G1CE.
Segundo nota da secretaria, os casos estão em investigação tanto pela equipe estadual quanto pela secretaria municipal de Fortaleza. Amostras dos pacientes foram coletadas para diagnóstico laboratorial e ainda estão sob análise.
Todos pacientes têm os mesmos sintomas dos casos na Bahia, incluindo dores musculares, especialmente na região cervical, membros inferiores e superiores, urina com a cor preta e alteração renal.
A doença ainda não tem causa confirmada. Os casos no Ceará, se confirmados, serão os primeiros fora da Bahia. Não se sabe se os pacientes do Ceará estiveram em terras baianas recentemente e se os registros têm relação.
Falta de diagnóstico
A falta de verbas para a compra de reagentes químicos está atrasando exames que tentam identificar a causa do surto misterioso que provoca dores musculares e urina preta, afirma Gúbio Soares, professor do Laboratório de Virologia da Ufba. Convicto de que se trata de um vírus, Gúbio informou que está prestes a conhecer o nome do microorganismo que estaria relacionado com o surto, mas lhe falta dinheiro para continuar a pesquisa.
“Encontramos indícios de dois vírus nas fezes de pacientes. A única dúvida é se é um ou outro”, disse o professor, que precisa do reagente para realizar o sequenciamento do material genético do vírus. “Fazer esse sequenciamento é caro. Um reagente desses custa em torno de R$5 mil. É um material importado. A Ufba não tem dinheiro”, afirma Gúbio.
Os dois vírus que tiveram indícios encontrados são o Enterovírus e o Parechavírus. “É muito importante identificar o vírus e notifica-lo às autoridades”, acredita.
Apesar da falta de dinheiro, Gúbio Soares espera concluir a pesquisa entre o final dessa semana e início da outra. Para tal, vai adquirir o reagente “fiado” com uma empresa alemã que tem representante em São Paulo. “Se for levantar a verba através de edital, vai demorar muito. Teria que elaborar um projeto. Não temos tempo. Vou conversar com a empresa e pago depois de fazer o projeto”, explicou o professor.
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