Melania Trump visita nesta quinta-feira (21) abrigo que acolhe crianças imigrantes separadas de seus pais ao entrar ilegalmente nos Estados Unidos (Foto: Kevin Lamarque/Reuters)
O presidente americano Donald Trump disse após uma reunião de gabinete nesta quinta-feira (21) que está direcionando agências do governo americano para reunir famílias de imigrantes que foram separadas ao entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
Nesta quarta, o presidente assinou uma ordem executiva para evitar a separação das famílias. Isso vinha acontecendo de maneira mais rigorosa desde abril, quando o governo anunciou uma política de tolerância zero a imigrantes ilegais na fronteira. No entanto, a medida assinada por Trump não é retroativa e, por isso, o destino de pelo menos 2.000 crianças - dentre elas, 49 brasileiras - que foram separadas de seus pais ou tutores e levadas para abrigos seguia indefinido.
Está prevista para essa quinta-feira a votação de dois projetos de reforma migratória. Trump quer que o Congresso aprove dinheiro para a construção do muro na fronteira com o México. A construção foi uma promessa de campanha e já foi autorizado pelo presidente.
Ao falar a repórteres, o presidente voltou a criticar a oposição democrata e pedir para que aprovem uma reforma migratória. "As lacunas em nossas leis de imigração são todas apoiadas por democratas extremistas da fronteira aberta ...É isso que eles são, eles são extremistas democratas da fronteira aberta", afirmou.
Melania visita a fronteira
Também nesta quinta, a primeira-dama Melania Trump fez uma visita não anunciada à fronteira do México, para acompanhar a situação. Melania foi a um dos centros que abrigam as crianças que foram separadas de seus pais na fronteira e conversou com profissionais que trabalham no local.Foto de junho mostra abrigo de menores de idade que foram separados de familiares na fronteira com o México (Foto: Handout/ U.S. Customs and Border Protection/ AFP)
A primeira-dama perguntou a eles o que poderia fazer para ajudar na reunião das famílias separadas. "Sei que há crianças que estão aqui há muito tempo. E também gostaria de saber como posso ajudá-las a se reunir com suas famílias o mais rápido possível", declarou.
Segundo a imprensa americana, Melania trabalha há vários dias nos bastidores, incentivando o presidente a manter as famílias unidas. A primeira-dama teve várias conversas privadas com o marido, obrigando-o a fazer o possível para manter intactas as famílias na fronteira, seja por via legislativa, ou agindo sozinho para impedir o processo, disse uma fonte da Casa Branca.
No último domingo, Melania pediu para que os democratas e republicanos cheguem a um acordo para reformular as leis migratórias.
Política polêmica
Trump vinha sofrendo pressão para acabar com a separação das famílias. A nova política da administração Trump estabelece que todo adulto que for pego atravessando a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Se for capturado, o indivíduo é levado a um centro federal de detenção de imigrantes até que se apresente a um juiz.
A separação das crianças acabava sendo inevitável na prática, já que elas não podiam ser mantidas nesses centros. Ao serem separadas de seus pais, as crianças são designadas pelo governo como “crianças imigrantes desacompanhadas” e, por isso, eram levadas para abrigos sob custódia do governo, sem saber para onde seus pais foram.
A partir da nova ordem assinada nesta quarta, as famílias imigrantes que entrarem ilegalmente nos EUA serão detidas juntas.
O texto dá a entender que o governo tem a intenção de reter as famílias indefinidamente, ao questionar o Acordo de Flores de 1997, que estabelece um limite de 20 dias para a detenção das crianças junto com seus pais. Esta medida poderia levar a novas batalhas legais.
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