Quatro brasileiros - dois homens e duas mulheres com idades entre 18 e 24 anos - foram mortos a tiros, na madrugada desta segunda-feira, 24, em ataque a uma boate na cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Outras 12 pessoas ficaram feridas - dois brasileiros e dez paraguaios. A Polícia Nacional do Paraguai acredita que a ação esteja relacionada à disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico na região.
Na semana passada, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) executaram com tiros de metralhadora dois membros de uma facção rival e queimaram os corpos na mesma cidade. O ataque à casa noturna After Office, que durou 20 segundos, foi por volta das 3h30, quando o local estava lotado. Pistoleiros armados invadiram e dispararam dezenas de tiros com fuzis e metralhadoras. Houve pânico e correria. Vídeos postados em redes sociais mostram corpos caídos, marcas de tiros, vidros e espelhos quebrados, cadeiras e mesas espalhadas pelo chão.
Os feridos foram levados a hospitais dos dois países. Nesta segunda, dois seguiam internados no Hospital Regional de Ponta Porã. Outros três estavam em hospitais de Pedro Juan Caballero e um quarto foi transferido para um hospital de Assunção. Até a tarde de ontem, só uma das mortas foi identificada: Sabrina Martinez dos Santos.
Segundo a imprensa paraguaia, os dois brasileiros mortos eram do PCC e seriam o alvo principal dos tiros. O chefe da Polícia local, Walter Gómez, disse que os executores tiveram informações de alguém que estava na boate, pois sabiam exatamente onde os alvos estavam sentados. Ainda segundo ele, o carro onde estavam os atiradores veio do lado brasileiro e, na fuga, voltou ao País.
A Polícia Civil de Ponta Porã informou que a investigação está centralizada em Pedro Juan e só colabora com a polícia paraguaia. Ameaças O ataque pode estar relacionado à execução de dois membros de outra facção pelo PCC na última quinta-feira.
Vídeos divulgados no fim de semana mostram encapuzados apontando metralhadoras para os dois homens sentados. “Se vier para a fronteira, o bicho vai pegar. Aqui quem manda é o PCC”, diz um deles. No vídeo, são feitas ameaças às facções rivais Comando Vermelho, Família do Norte e Primeiro Grupo Catarinense. Os corpos foram achados no dia seguinte, carbonizados, em Pedro Juan Caballero. Num segundo vídeo que circulou nas redes, os homens pisam nos restos carbonizados das vítimas.
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