A guerra civil na Síria começou há seis anos e, durante esse período, o país já registrou a saída de cinco milhões de pessoas na condição de refugiados de guerra. O dado foi informado nesta quinta-feira, 30, pelo alto-comissariado da ONU para refugiados (Acnur). Durante o ato, o órgão também pediu à comunidade internacional que faça mais pelo povo sírio e que não os abandone neste momento difícil.
Os números mostram ainda que metade da população do país – são 22 milhões de cidadãos no total – foi afetada por essa guerra, que já dura o mesmo tempo que a 2ª Guerra Mundial. Além dos refugiados, mais de seis milhões de pessoas tiveram que sair de suas casas e encontrar abrigo em diferentes locais do país para conseguir se proteger dos conflitos armados na região.
Entre os países que mais recebem refugiados vindos da Síria está a vizinha Turquia, que já recebeu mais de três milhões de sírios. Na mesma região, Líbano e Jordânia também recebem muitas pessoas que fogem da guerra. Além de Iraque e Egito, que também estão entre os países que mais abrigam a população síria.
De acordo com Carolina Abreu Batista Claro, professora de relações internacionais da UnB, “a maior parte dos refugiados do mundo fica próxima do seu país de origem. Isso para poderem voltar quando a situação se normalizar”. O Brasil, país distante da Síria em termos geográficos, recebeu cerca de 2,2 mil refugiados, de acordo com o Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério das Relações Exteriores.
Mais solidariedade
O alto-comissariado da ONU reforçou que a Síria passa por um momento delicado e precisa da ajuda de outros países para proteger a sua população. Além disso, os países que fazem fronteira com o território sírio precisam de auxílio no recebimento de refugiados, pois começam a apresentar estado de sobrecarga.
Babar Baloch, porta-voz da ONU, disse que “a Europa passou por uma situação parecida na 2ª Guerra Mundial, e muitos países foram solidários com o continente. A Síria está passando pelo mesmo trauma e precisa do apoio da comunidade internacional. Não podemos virar as costas para os necessitados”.
Apreensão na Europa
As eleições nos dois países da Europa que mais receberam refugiados sírios estão chegando. Em abril acontece o 1º turno das eleições na França, e em setembro é a vez de a Alemanha. Há sensação de temor sobre uma vitória de candidatos de extrema-direita, que são a favor do protecionismo na imigração e fronteiras fechadas para refugiados.
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