Foi com grande alegria que extremistas do Estado Islâmico receberam a vitória de Donald Trump, comemorando nas redes sociais as vantagens da eleição do magnata, abertamente hostil ao mundo muçulmano. “Ele irá mostrar a cara feia da América”, segundo um usuário.
“A vitória de Trump é uma boa coisa para a nação muçulmana”, entusiasmou-se outro, antes de explicar: “Eu estou otimista (…), porque ele é um touro estúpido, arrogante e presunçoso e é mais besta que (George) Bush”. “A vulgaridade de Trump vai constranger os tiranos árabes e expandir o campo da jihad”, garantiu outro apoiador do EI.
Europa pede posições claras do presidente eleito
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, pediu ontem que Donald Trump esclareça suas posições sobre temas como o comércio global, a política climática e as relações futuras com aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após sua vitória na eleição presidencial dos Estados Unidos. Durante a campanha, Trump, bilionário que jamais havia ocupado cargo público, criticou duramente o livre comércio, a Otan e as políticas concebidas para deter o aquecimento global, alarmando os aliados e parceiros de Washington.
“Gostaríamos de saber como as coisas vão transcorrer na política de comércio global”, disse Juncker em um evento de negócios em Berlim. “Gostaríamos de saber que intenções ele tem em relação à aliança (Otan). Precisamos saber que políticas climáticas ele pretende seguir. Isto precisa ser esclarecido nos próximos meses”, disse.
Juncker afirmou não esperar que o pacto comercial entre os EUA e a União Europeia, atualmente em negociação, seja finalizado neste ano, como planejado anteriormente. “O acordo comercial com os Estados Unidos, não vejo isso como algo que aconteceria nos próximos dois anos”, disse.
Ao discursar na capital alemã ontem, Juncker também disse que o Pacto de Estabilidade e Crescimento da UE, que estabelece regras para a redução da dívida pública e dos déficits orçamentários, tem que ser flexível. “Flexibilidade não significa um rompimento com a estabilidade, mas uma aplicação inteligente de nosso sistema de regras comum”, afirmou.
Rússia teve contato com assessores de campanha
A Rússia esteve em contato com a equipe do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a campanha e isso continuará a ocorrer, afirmou ontem o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, segundo a agência de notícias Interfax. “Houve comunicação. Naturalmente, nós continuaremos esse trabalho mesmo após as eleições”, comentou Ryabkov, sem especificar que autoridades russas se envolveram no diálogo.
Ryabkov afirmou que os contatos foram feitos com assessores próximos ao presidente eleito. “Obviamente, conhecemos a maior parte da comitiva (de Trump). Estas pessoas sempre estiveram sob os holofotes nos Estados Unidos e ocuparam posições de alto escalão”, disse. “Não posso dizer que todas elas, mas que diversas delas vêm mantendo contato com representantes russos”, acrescentou o russo.
“Moscou está apenas começando a estudar como fará para estabelecer canais mais formais para se comunicar com o futuro governo Trump”, contou Ryabkov. O governo dos EUA culpou a Rússia por ataques cibernéticos a organizações do Partido Democrata.
Ao longo da campanha presidencial, a candidata democrata, Hillary Clinton, acusava o rival de proximidade com o Kremlin. Trump já elogiou o presidente russo, Vladimir Putin, mas disse que nunca se reuniu com ele. Putin parabenizou Trump pela vitória e disse esperar que a relação bilateral melhore e que os dois países devem trabalhar juntos em questões de segurança global e em temas internacionais.
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