O Brasileirão começa neste sábado (11). Sim, a bola já vai rolar para a disputa do campeonato nacional feminino e Salvador é o palco da partida de abertura. Às 16h, o Vitória recebe o atual campeão Flamengo, no Barradão. “Não importa se elas foram campeãs. Queremos logo esses três pontos e vamos pra cima delas”, prometeu a centroavante Jucinayra, 18 anos.
Únicos clubes baianos entre os representantes da elite no torneio feminino, Vitória e São Francisco vão ajudar a escrever um novo capítulo da história da competição, que tem nova fórmula de disputa, número de participantes, duração e premiação a partir dessa edição. A criação de mais uma divisão e, consequentemente, acesso e descenso, também são novidades.
O Campeonato Brasileiro foi dividido em Série A1 e Série A2 e cada uma delas tem 16 clubes. As duas piores colocadas da primeira divisão serão rebaixadas e as duas equipes com melhores campanhas na segunda divisão garantem o acesso. “Isso abre um mercado de trabalho gigantesco para o futebol feminino. Com esse novo modelo da CBF, você vai ter 20 jogadoras (em média) por cada clube, que estavam no anonimato e agora vão estar expostas ao cenário nacional”, pontua o técnico do Vitória, Francisco Cardoso, o Quinho.
Os clubes que disputam a elite estão divididos em dois grupos, oito em cada. Os integrantes de cada grupo se enfrentam em turno e returno. Avançarão às quartas de final os quatro times melhores colocados de cada grupo. A partir daí serão disputados jogos de ida e volta, assim como nas semifinais e nas finais, agendadas para os dias 12 e 19 de julho. Dessa forma, os clubes que só participarem da fase classificatória disputarão 14 jogos. Os finalistas farão 20 exibições no total.
“Aumentou o calendário do futebol feminino. Até o ano passado, o Brasileiro durava de dois a três meses e este ano chega a quase seis. Creio que essas 14 rodadas vão dar mais visibilidade. Antes, você só tinha a oportunidade de jogar cinco jogos. A competição era muito curta”, comparou a zagueira Isabela, 21 anos, que jogou as outras quatro edições do Campeonato Brasileiro e em 2015 comemorou o título com as cores do Rio Preto. Nascida em Belo Horizonte, ela estava defendendo o América-MG e chegou à Toca do Leão há três semanas para reforçar o rubro-negro.
“Todas que estão aqui pretendem ir para a seleção brasileira e esse campeonato abre várias vagas. Nós somos do Nordeste e é bem difícil ter visibilidade. Acho que esse campeonato vai abrir portas”, concordou a volante Raquel, do Vitória, que tem 20 anos e vai estrear na competição .
Os 16 clubes recebem R$ 15 mil por participar do torneio. Os oito que avançarem para as quartas, mais R$ 20 mil cada. Os semifinalistas colocam mais R$ 30 mil nos cofres. O campeão leva a premiação de R$ 120 mil e o vice-campeão fica com R$ 60 mil.
GRUPOS
Atual campeão baiano, o Leão é integrante do Grupo 2, que tem também, além do Flamengo, Ponte Preta, Rio Preto-SP, Foz Cataratas-PR, Santos, Ferroviária-SP e São José-SP. “Nosso grupo é o grupo da morte. Na minha opinião, pela organização e proposta, o candidato ao título deste ano é o Santos. Além dele, São José, Rio Preto, Ferroviária e Audax são os times que vão brigar pelo título”, avaliou o técnico Quinho. “O Vitória deve brigar com Rio Preto e Ferroviária por uma vaga”, previu.
A zagueira Isabela segue a mesma linha de raciocínio. “O Santos tem um investimento muito alto, o Rio Preto foi campeão brasileiro em 2015 e no ano passado foi vice, tem o atual campeão que é o Flamengo, tem a Ferroviária, que é campeã da Libertadores e da Copa do Brasil, o São José que é campeão mundial e da Copa do Brasil. Nossa grupo está bem pedreira, bem complicado, mas vamos lutar por uma classificação para a próxima fase”, afirmou a jogadora.
O São Francisco está no Grupo 1 e tem pela frente Sport, Grêmio, Corinthians, Kindermann-SC, Iranduba-AM, Vitória-ES e Audax-SP. Dos 20 clubes masculinos que vão disputar a Série A este ano, só sete têm equipes femininas, mas a tendência é que esse número aumente. A partir de 2019, os clubes que não tiverem time feminino disputando torneios nacionais não poderão disputar a Copa Libertadores. A obrigatoriedade faz parte do regulamento de clubes da Conmebol.
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