Vale brincar de quase tudo com o torcedor rubro-negro. Menos xingar a mãe e falar mal de Marinho. Não se pode pronunciar a palavra Marinho em vão. Ontem, na goleada diante do Figueirense, por 4x0, o camisa 7 fez chover. Multiplicou gols para os necessitados. Deu passe para Willian Farias, que não marcava desde agosto. Multiplicou a assistência para Kieza também fazer o dele e acabar com o jejum que o seguia desde outubro. E, logicamente, fez o dele novamente. Ele também é onipresente. Ontem, ele foi quem mais deu passe aos companheiros, com 20, além de dono das finalizações, com seis.
Este astro que veste a camisa 7 parece saltar de uma crônica de Nelson Rodrigues, numa afirmação de que o time, quando tem um Marinho entre os onze, os demais jogadores são apenas paisagens. “Em futebol, como em tudo o mais, o craque é decisivo. Evidente que os onze são indispensáveis. Mas o que leva público e faz bilheteria é o craque”, escreveu o cronista e dramaturgo sobre a figura do craque.
E craque não é apenas com a bola nos pés. Ele tem o dever moral de inspirar, de brigar, de falar o que não devia e elogiar quando preciso. É um cheque em branco em suas mãos. Depois de alfinetar a falta de comprometimento defensivo no último jogo contra o Santos, ontem o craque elogiou a bela exibição coletiva.
“Não é um 4x0 que nos deixa feliz, mas a entrega. Esse comprometimento que a gente gosta de ver. No jogo passado, errou todo mundo, foi falha coletiva. Temos que elogiar e falar quando tá errado. Hoje, a equipe entrou aqui determinada em fazer o resultado. Hoje, estamos felizes por essa vitória”, decretou Marinho.
Nesta altura, ele se tornou o homem de confiança de todo rubro-negro. Com ele em campo, parece que o torcedor acredita que a fase ruim já passou. Sua presença é necessária. Não à toa, Marinho acabou substituído ontem, no segundo tempo. Não pelo seu desempenho, mas pelo fato do atleta estar pendurado com dois cartões amarelos.
Marinho também é Carnaval. No gol de ontem, fez dancinha de uma nova música de Léo Santana. “Botei os meninos para ensaiarem uma música nova de Mario Brasil e Léo Santana. É assim: ‘cabeça, cintura, joelho e ombrinho, quero ver todo no passinho...”, cantou o craque. Deem um trio elétrico para este rapaz!
< Anterior | Próximo > |
---|