Pelo segundo ano consecutivo, o Ibovespa foi a aplicação financeira que trouxe maior retorno aos investidores. Na sequência, vêm o euro e o ouro. O principal índice ações da bolsa brasileira teve valorização de 26,86% ao longo 2017, desempenho melhor do que o de investimentos em renda fixa, como a poupança, e bem acima da inflação projetada para 2017, de 2,79%. O rendimento do Ibovespa é uma média do retorno das 59 ações que compõem a carteira do índice. Trinta e dois desses papéis atingiram seu preço máximo no último trimestre de 2017, segundo a provedora de informações financeiras Economatica. No ano passado, a bolsa garantiu retorno de 38,9%, liderando também o ranking de investimentos.
Por outro lado, quem apostou em 2017 em investimentos atrelados ao IGPM, índice que corrige o aluguel, não fez um bom negócio. O índice registrou deflação de -0,52% no ano, segundo a Fundação Getulio Vargas. O ranking não inclui títulos públicos comprados diretamente no Tesouro Direto. O Tesouro possui vários de tipos de papéis à venda, com vencimentos que vão de 2018 a 2050. A rentabilidade bruta desses papéis variou de 6,87% a 19,60% nos últimos meses até 28 de dezembro, segundo dados do próprio Tesouro. É importante destacar que o retorno desses investimentos varia de acordo com o momento do resgate. Quem apostou em fundos de ações conseguiu retornos próximos do Ibovespa em 2017, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima).
Na categoria livre, a mais significativa em termos de patrimônio líquido, esses fundos tiveram rendimentos de 26% até 22 de dezembro (dado mais recente). Vale lembrar que o investimento em bolsa e fundos de ações é mais arriscado do que aplicações em ativos de renda fixa como a poupança ou os títulos do Tesouro. Já os fundos multimercados, também na categoria livre, renderam 12,6% no mesmo período, enquanto os fundos cambiais apresentaram retornos de 4,9%. Fabio Colombo pondera que o cenário interno teve grande peso na economia brasileira neste ano. Entre os destaques, ele cita a inflação abaixo da meta para o ano, a saída da recessão, a aprovação da reforma trabalhista, o pacote de privatizações, o aumento da meta de déficit das contas públicas e o desempenho do Ibovespa, que superou a máxima histórica desde 2008. Porém, o ano terminou com dúvidas quanto ao avanço da reforma da Previdência.
Para 2018, ele espera que os mercados continuem "muito voláteis", por conta principalmente da eleição presidencial. "O futuro do país dependerá do perfil do novo presidente. Se for alguém favorável a continuidade das reformas e ajuste fiscal, o país poderá alcançar crescimento sustentado por vários anos seguidos. Por outro lado, se for alguém com viés populista, contra as reformas e a austeridade, quer seja de direita ou de esquerda, poderá levar a um cenário de volta da alta da inflação e juros, bem como da insolvência do estado para pagar seus compromissos", avalia.
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