A produção da indústria baiana amarga uma queda de 4,3% no acumulado do ano (Foto: Joá Souza l Ag. A TARDE)
A indústria baiana surpreendeu e apresentou um crescimento de 10,4% na passagem de julho para agosto, conforme pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior expansão nesta base de comparação dentre os 14 principais centros industriais do país, eliminando parte da perda de 15,1% acumulada entre abril e julho.
Além da Bahia, apenas o Pará (1,2%) e o conjunto dos demais estados da região Nordeste (0,8%) apresentaram crescimento - ainda assim bem abaixo da variação baiana.
Com a queda no desempenho dos outros 11 polos industriais pesquisados, a média nacional foi de queda de 3,8% da produção industrial na passagem de julho para agosto. Os piores resultados foram verificados no Paraná (-8%), Espírito Santo (-6,4%), Amazonas (-5,7%) e São Paulo (-5,4%).
A pesquisa do IBGE revelou, entretanto, que na comparação com agosto de 2015, a indústria baiana registra queda de 11,3%, sexta taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto. Já o índice acumulado de janeiro a agosto de 2016 mostrou queda de 4,3%, após ficar estável no primeiro semestre do ano (0,0%), ambas as comparações contra iguais períodos do ano anterior.
Na comparação o mesmo mês no ano passado, houve retração na produção baiana em oito das 12 atividades pesquisadas. A maior queda foi registrada no setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-24,3%), pressionado, principalmente, pela menor produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina automotiva, parafina e gás liquefeito de petróleo (GLP).
Há ainda recuos nos ramos de metalurgia (-21,2%), indústrias extrativas (-25,1%) e de veículos automotores, reboques e carrocerias (-8,5%), além de produtos de minerais não metálicos (-18,3%) e de produtos químicos (-1,0%), "pressionados sobretudo pela menor produção de barras, perfis e vergalhões de cobre e de ligas de cobre, fio-máquina de aços ao carbono e vergalhões de aços ao carbono, no primeiro setor", conforme relatório do IBGE.
Outros estados
A indústria registrou retração em 11 dos 14 locais investigados na passagem de julho para agosto, segundo os dados do IBGE. "O receio gerado por este resultado não se deve apenas ao fato de ter sido o segundo mês seguido de fraco desempenho da indústria e do perfil generalizado das quedas, mas também porque o declínio da produção atingiu grandes centros industriais do país, interrompendo, em alguns casos, uma sequência de resultados positivos que vinham dando esperança de estar em curso o início de uma recuperação", avaliou o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial.
No maior parque industrial do país, São Paulo, o recuo foi ainda mais acentuado, -5,4%, o pior resultado desde janeiro de 2012. A região responde por cerca de 35% de toda a produção nacional. "Parece que o pior já passou, mas essa queda de agosto foi forte São Paulo devolveu todo o crescimento registrado nos dois meses anteriores", confirmou Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do IBGE.
A indústria paulista vinha de avanços na produção em junho (+1,3%) e julho (2,5%), acumulando uma alta de 3,9% em dois meses.
Clique aqui e siga-nos no Facebook
< Anterior | Próximo > |
---|