Presidente do Sindicato, Júlio Bonfim (Foto: Print)
O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari tem demonstrado preocupação com as mudanças de planos e os novos rumos da instalação da fábrica da montadora chinesa BYD, em Camaçari. O presidente do Sindicato, Júlio Bonfim, expressou seu descontentamento durante a Sessão Especial do Dia do Trabalhador, realizada na última segunda-feira (5), na Câmara de Camaçari. “A proposta era gerar empregos para as mulheres e para os homens daqui da Região Metropolitana, especialmente da nossa Camaçari”, começou Júlio.
No entanto, com as alterações no projeto inicial e a produção nacional mais uma vez adiada, ligou o sinal de alerta para o sindicato. “A BYD Camaçari não pode se tornar um centro logístico de distribuição. A quantidade de empregos de um centro logístico de distribuição é muito pequeno”, sinaliza o dirigente sindical. Júlio Bonfim prometeu levar o assunto para ser debatido com o governador Jerônimo Rodrigues, o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos e o prefeito de Camaçari, Luiz Caetano.
O descontentamento com a estratégia da BYD também foi compartilhado em nota, onde o sindicato afirma que apesar da expectativa e do entusiasmo com a vinda da montadora, “existem motivos concretos para ligar o alerta”. “O que está em jogo é saber se Camaçari será, de fato, um polo industrial de produção de veículos, ou se correremos o risco de nos tornarmos apenas um centro logístico de distribuição de peças e veículos semi-montados vindos da China”, questiona o sindicato.
Na sequência, o sindicato lista uma série de motivos que justificariam as desconfianças. O primeiro é a importação em larga escala. Segundo sindicato, a BYD já opera com quatro navios próprios, com capacidade de transporte de 28 mil veículos por viagem e até 2026, serão oito navios, podendo transportar 58 mil veículos por viagem. O segundo é a nova rota marítima direta China–Brasil que encurta o tempo de transporte de 60 para apenas 30 dias, barateando e agilizando ainda mais a logística internacional da empresa.
E a terceiro, é o sistema que será adotado em Camaçari, em que os carros chegam com quase 70% prontos, demandando uma montagem rápida. Isso reduz o número de empregos diretos na linha de produção. Baseado nessa análise, o sindicato promete se mobilizar e acompanhar o caso. “Não aceitaremos que o futuro da nossa cidade seja comprometido por estratégias comerciais de importação disfarçadas de industrialização”, afirma o dirigente do sindicato.
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