Foto: Divulgação
A partir desta segunda-feira (02), a segurança dos 42 km de praias de Camaçari ficará ainda mais precária, já que haverá uma nova diminuição do número de guarda-vidas em serviço. Apenas 14 profissionais estarão ativos para cobrir toda a extensão das praias, enquanto 16 salva-vidas entram em férias.
A situação que já é alarmante ganha contornos ainda mais graves com a ausência total de guarda-vidas nas praias de Guarajuba e Itacimirim e a presença limitada em localidades de Jauá, Arembepe e Jacuípe, que contarão com apenas quatro profissionais cada.
De acordo o presidente da Associação dos Guarda-vidas de Camaçari (AGMAC), Edevaldo da Silva Souza, o efetivo mínimo ideal para garantir a segurança dos banhistas seria de 63 profissionais, distribuídos estrategicamente em pontos críticos. Jauá, por exemplo, deveria contar com 10 guarda-vidas, enquanto Arembepe necessitaria de 12, Jacuípe de 10, Guarajuba de 12 e Itacimirim de 10. Além disso, seria essencial a presença de equipes de apoio, motoristas e líderes para coordenar as ações.
Uma tragédia anunciada
A gravidade da situação ficou evidente no domingo (17/11), quando o jovem Luiz Felipe de Oliveira Conceição perdeu a vida em um afogamento na praia de Jauá. Ainda segundo Souza, a tragédia poderia ter sido evitada se o efetivo de guarda-vidas tivesse sido mantido pela prefeitura. O guarda-vidas mais próximo precisou correr 1 km pela areia para chegar ao local do acidente, evidenciando a falta de cobertura adequada.
Agora, com o efetivo tão reduzido e com o agravante de ser o início da alta estação, é impossível que os guarda-vidas consigam desempenhar suas funções de maneira eficaz. Além dos resgates no mar, o trabalho desses profissionais inclui patrulha, vigilância e orientação aos banhistas, atividades que demandam atenção constante e deslocamento rápido.
Soluções emergenciais ignoradas
Apesar da redução drástica no efetivo, não há indícios de que a prefeitura tenha adotado medidas emergenciais para mitigar os riscos. Vale destacar que, de acordo com AGMAC, Camaçari possui 162 guarda-vidas formados e capacitados para atender toda demanda municipal. A única coisa que falta é vontade política e cuidado com a população.
Contratar salva-vidas diaristas seria uma alternativa viável e rápida para aumentar a presença nas praias, especialmente durante a alta temporada, quando o fluxo de banhistas cresce exponencialmente.
O presidente da AGMAC, Edevaldo da Silva Souza, também reforça que as condições atuais tornam o trabalho dos guarda-vidas humanamente impossível e que é apenas uma questão de tempo até que novas tragédias ocorram.
Enquanto o descaso persiste, a vida dos frequentadores das praias de Camaçari está à mercê de uma estrutura cada vez mais insuficiente e de decisões administrativas que negligenciam a vida humana.
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