Israel enfrenta a 5ª onda da pandemia, graças à nova variante Ômicron (Foto: Montagem/Redação CFF)
Israel, um dos países estatisticamente mais bem sucedidos no combate à pandemia de covid-19, está enfrentando a 5ª onda da pandemia, graças à nova variante Ômicron.
De acordo com os dados divulgados pela Johns Hopkins University (JHU), que tem compilado as atualizações sobre covid no mundo inteiro, nesta segunda-feira (20), Israel registrou 1.356 novos casos de covid. Desde o dia 21 de outubro o número vinha se mantendo bem abaixo de 1.000, chegando em 0 em 23 de novembro.
Apesar de todas as recomendações do governo Israelense, a alta dos casos foi impulsionada pela variante Ômicron. No último domingo (19), quando o primeiro-ministro, Naftali Bennett, disse que um discurso transmitido pela televisão que os números ainda não eram alarmantes, haviam sido 794 novos casos, no total. Cerca de metade.
Tempo comprado, tempo roubado
“O tempo que compramos está se esgotando”, disse Bennett. “Os números ainda não são altos, é uma variante muito contagiosa, que se duplica a cada dois ou três dias, como vemos em todo o mundo. É possível dizer que a quinta onda já começou", completou o primeiro-ministro, alertando a população para os cuidados necessários à prevenção.
O tempo comprado, ao qual Bennett se referiu, foi em 25 de novembro, quando a Ômicron foi detectada pela primeira vez no sul da África e Hong Kong e Israel proibiu imediatamente a entrada de estrangeiros e impôs ordens de quarentena de três a 14 dias para israelenses que retornassem do exterior.
Apesar dessa ação imediata, Israel registrou 134 casos confirmados de Ômicron e outros 307 casos suspeitos, disse o Ministério da Saúde. Destes, 167 eram sintomáticos. E viu também os números gerais voltarem a subir.
Flexibilidade
Em junho, com apenas 55% da população vacinada, Israel suspendeu totalmente a obrigatoriedade do uso de máscaras. Dois meses antes, já havia suspendido a obrigatoriedade do item em ambientes abertos. Na época, enquanto outros lugares do mundo, a exemplo do Brasil, enfrentavam números absurdos de novos casos e mortes, o país do Oriente Médio tinha reduzido as mortes a 0 ou 1 por dia e o número de novos casos só caia, então, a liberação parecia uma decisão cabível.
No entanto, desde o início das campanhas de vacinação, especialistas de todo o mundo alertam que a pandemia só poderia ser considerada vencida - e os cuidados flexibilizados - quando pelo menos 80% da população estivesse vacinada, sendo o ideal 90%. Nenhum país alcançou a marca até o momento. Quem está mais próximo é Portugal, com 87% da população vacinada até esta terça-feira (21). Outros quinhentos, é o combate que grupos, alguns compostos de supostos profissionais de saúde, vem fazendo nas redes sociais e no YouTube, à vacinação, sob argumento de que 'a vacina fará mal'.
Camaçari
O que Camaçari tem a ver com a 5ª onda em Israel? Diretamente, nada. Mas, acompanhar a sequência de fatos no país oferece um aprendizado importante: ainda não é hora de "baixar a guarda" e flexibilizar os cuidados que podem garantir a segurança e a vida de dezenas, talvez centenas de pessoas.
Estudos sobre a nova variante ainda são inconclusivos, mas todos apontam o alto índice de infecção e a incerteza da cobertura vacinal, apesar de estudos apontarem que pessoas vacinadas sofrem menos com a infecção. Ou seja: manter o uso correto de máscaras, a higiene constante das mãos e o distanciamento social ainda é a melhor garantia.
No Brasil, a Ômicron já infectou 27 pessoas, em São Paulo (16), Minas Gerais (3), Goiás (4), Distrito Federal (2), Rio Grande do Sul (1) e Rio de Janeiro (1). Há ainda sete casos em investigação em Goiás (2) e Minas Gerais (5).
Embora ainda livre da Ômicron, a Bahia registrou 4 mortes na última semana e tem 291 pessoas internadas em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), sendo 270 adultos e 21 crianças ou adolescentes. Ainda não acabou.
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