Praia de Arembepe no final de semana (Foto: Reprodução | TV Bahia)
O doutor em Bioquímica Toxicológica, farmacêutico e professor de Imunologia Clínica da Universidade Federal de Sergipe, Lysandro Borges, chamou atenção do Brasil ao revelar que o país não está livre de uma segunda onda de contaminação pelo novo coronavírus, a exemplo do que já vem acontecendo em países europeus e Estados Unidos. Pelos motivos apontados pelo estudioso, claramente, Camaçari muito menos. De acordo com o especialista, outubro será o mês-chave para verificação dos índices.
Sem fiscalização, os banhistas ignoraram todas as orientações previstas pela gestão municipal. Já era previsível o ocorrido, porém, justamente pela falta de amparo e empenho da prefeitura de Camaçari com vista a se evitar um mal maior. Prevaleceram outros interesses político, conforme atesta Lysandro Borges, em detrimento à saúde da população. O deslocamento é outro fator de risco. Tanto para ir à praia quanto para ir ao trabalho ou até mesmo resolver questões práticas do dia a dia, está se tornando cada vez mais comum a aglomeração nos transportes coletivos, bem como o aumento da circulação e aglomeração de pessoas em ambientes fechados.
Doutor Borges explicou que três meses é o tempo necessário para que o sistema imunológico humano desenvolva formas de “atacar” novos vírus invasores, segundo informações da literatura médica. “Por isso os dados que serão revelados no final de outro são tão importantes. Eles vão mostrar se, de fato, esse sistema imunológico desenvolvido irá ‘frear’ o poder de infectividade do novo coronavírus. É o que denominamos de imunidade de rebanho”, esclareceu.
O professor disse, porém, que a duração do chamado anticorpo de memória dura apenas 90 dias, por isso é imprescindível a vacina. Enquanto não acontece, é importante manter de forma rigorosa o protocolo de cuidados. Ele informou, também, que o coronavírus funciona como o vírus da gripe, no que diz respeito a mutabilidade. “São várias modificações, o vírus vai sofrendo alterações. Por isso nós nos vacinamos contra a gripe anualmente, por exemplo. A vacina é atualizada de acordo com as variações que vão acontecendo”, observou.
Lysandro fez questão de frisar que a situação no Brasil só não foi mais grave por conta do uso das máscaras, álcool gel e isolamento social, durante um período importante e fez um alerta para a reabertura de determinados espaços, como as escolas e universidades. “É perigoso e preocupante retomar as atividades nesses locais, pois crianças e jovens são, geralmente, assintomáticos e, se contaminados, disseminariam a doença para adultos, principalmente àqueles que apresentam algum comprometimento na saúde ou tenha idade avançada. Vale lembrar que não estamos em um processo de pós-pandemia, ainda estamos vivendo esse momento. O vírus está por aí”, alertou.
Realidade de Camaçari
No município o afrouxamento das medidas preventivas do novo coronavírus tem deixado a população camaçariense em estado de alerta. Não só por parte das pessoas que têm negligenciado, por vezes, o uso de máscaras e álcool gel, mas, principalmente, por parte do poder público. A prefeitura, recentemente, liberou as praias da orla da cidade, sem restrição para número de frequentadores. No último final de semana, que coincidiu com o feriado do “Dia das Crianças” e de “Nossa Senhora Aparecida”, as praias ficaram absolutamente lotadas. Arembepe foi um dos destinos mais procurados.
Sem fiscalização, os banhistas ignoraram todas as orientações previstas pela gestão municipal. Já era previsível o ocorrido, porém, justamente pela falta de amparo e empenho da prefeitura de Camaçari com vista a se evitar um mal maior. Prevaleceu o interesse político, conforme atesta Lysandro Borges, em detrimento à saúde da população. O deslocamento é outro fator de risco. Tanto para ir à praia quanto para ir ao trabalho ou até mesmo resolver questões práticas do dia a dia, está se tornando cada vez mais comum a aglomeração nos transportes coletivos, bem como o aumento da circulação e aglomeração de pessoas em ambientes fechados.
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