UPA Nova Aliança
Falta de medicamentos, de fios de sutura, de água potável, de equipamentos de proteção pessoal; poltronas quebradas, autoclave quebrado; respirador com defeito, salários atrasados e por aí vai...
Não é novidade que o discurso dos tempos de vereança do prefeito Antônio Elinaldo (DEM), quando combatia ferrenhamente sobretudo a gestão que fazia o então prefeito Luiz Caetano (PT), em nada tem se traduzido em resultados na gestão que vem ele fazendo à frente da prefeitura de Camaçari.
E a situação da Unidade de Pronto Atendimento Nova Aliança, que foi alvo de mais uma denúncia de representantes da classe médica no Estado, aponta que um sinal de melhora da administração municipal ainda está longe do remédio. É que após a intervenção do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindmed), encaminhando denúncia para o Ministério Público (MP), há menos de um mês, na segunda-feira (07), foi a vez do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), realizar uma fiscalização no local, confirmando as denúncias e encontrando um cenário ainda mais alarmante.
Faltam medicamentos, fios de sutura, água potável e equipamentos de proteção pessoal. Além desses itens básicos para o pleno funcionamento de uma unidade de saúde, a UPA atende a população com poltronas quebradas, autoclave e respirador sem funcionamento e salários dos médicos atrasados em dois meses. Segundo o Cremeb, a maioria desses profissionais possuem vínculos com uma empresa que terceiriza a contratação, o Instituto de Gestão e Humanização (IGH), "refletindo a fragilidade dos contratos no setor público".
Além da debilidade na estrutura física, a equipe de fiscalização do Cremeb teve acesso a um vídeo onde um rato aparece 'passeando' pelo fogão. Funcionários da unidade informaram que a situação é recorrente, assim como a existência de lençóis sujos ensacados há seis meses.
Sobre o interesse dos roedores nas instalações da unidade, os funcionários acreditam ter ligação com a falta de coleta de lixo pela prefeitura de Camaçari, afirmando que não há uma periodicidade clara sobre o serviço.
De acordo com o Cremeb, a enfermeira de plantão que acompanhou a fiscalização também alertou para o fato de o município creditar a referência em psiquiatria à Nova Aliança, sendo que não há nenhum médico psiquiatra locado na unidade.
Os médicos da UPA também reclamam das más condições de trabalho e sobrecarga. "Aqui somos dois plantonistas para atender entre 150 e 200 pessoas por dia. O ideal é que tivéssemos, pelo menos, mais um médico conosco para dar conta dessa demanda", explica o profissional que não quis se identificar.
Segundo o Cremeb, o médico denunciou ainda, a dificuldade para conseguir a regulação de pacientes da unidade. "Agora estamos adotando a tática de ligar dos nossos telefones pessoais, pois o institucional eles já sabem o número e nem atendem mais", explana o médico.
Em nota, o Cremeb informou que irá encaminhar o relatório da fiscalização a outros órgãos competentes, em prol da melhoria do serviço de saúde prestado à população da cidade de Camaçari, "na tentativa de evitar o fechamento da unidade".
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