Governador Rui Costa (Foto: Reprodução)
Durante o evento de inauguração da emergência adulta do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), em Salvador, o governador do Estado, Rui Costa, encerrou um debate que vinha rolando há meses: não haverá Carnaval na Bahia em 2022. Sem citar nomes, Rui taxou de "irresponsável" qualquer intenção de realizar a festa, que é considerada a maior festa de rua do mundo.
“Se, no início de dezembro, estava difícil fazer o carnaval, agora ficou impossível. Só uma pessoa completamente irresponsável autorizaria o carnaval nessas condições. Nós continuamos tendo mortes pelo coronavírus e passamos a ter mortes por outro vírus da gripe”, afirmou Costa, durante o evento.
Mais tarde, em sua conta oficial no Twitter, o governador reforçou o veto. "A decisão está tomada: não haverá Carnaval na Bahia em fevereiro de 2022. Hoje temos 2,4 milhões de baianos com a vacina contra a #Covid em atraso. Além disso, estamos lidando com uma epidemia de gripe, que tem sobrecarregado o sistema de saúde. Precisamos ter responsabilidade com a saúde e a vida das pessoas.", postou. "Realizar o Carnaval no modelo tradicional, como uma festa em larga escala, se mostra inviável. Mais pra frente, avaliaremos o que pode ser feito e em que condições", finalizou ele.
Blocos
A decisão do governador deve receber apoio de blocos tradicionais, visto que alguns deles já haviam anunciado a não participação nos festejos, caso houvessem.
Camaleão, de Bel Marques (ex-Chiclete com Banana), Vumbora, Nana, da Quinta e até o Eva suspenderam a presença no carnaval de 2022 antes mesmo do posicionamento do Governo do Estado. “Essa decisão foi tomada por entendermos que não há mais o tempo hábil necessário para a adoção de todas as medidas que garantam a entrega de serviços e produtos”, declarou o Eva, em nota, no início de dezembro.
"Carnaval dos ricos, carnaval dos pobres"
Embora ainda não tenha se manifestado sobre as declarações de Rui Costa, quem talvez não goste muito da notícia é o prefeito de Salvador, Bruno Reis. Desde meados do ano ele vinha dando vários sinais de interesse na realização da festa, sempre apontando possibilidades, apesar de falar dos riscos.
Há cerca de 10 dias, em entrevista ao Bahia Notícias, Reis afirmou que o carnaval dos ricos estava garantido, se referindo à atual autorização para realização de festas privadas com até 5 mil pessoas, também estabelecida pelo Governo do Estado. Segundo o prefeito de Salvador, a tarefa seria resolver como garantir o "carnaval dos pobres".
“Vamos ver como vai acontecer o Réveillon em outras partes do Brasil e do mundo. Vamos ver com vai ser o verão, o Carnatal, o rodeio de Jaguariúna e tantos outros eventos que estão ocorrendo para a gente tomar uma decisão. O importante é que iremos tomar essa decisão de forma coletiva, junto com o governo do estado e com cautela. Eu não hesitarei em decidir. Isso vocês podem ter certeza. Mas nós sabemos que todo momento que precede as decisões tem essa tensão, tem as opiniões das mais diversas, mas cabe a gente decidir”, disse Bruno Reis ao Bahia Notícias, no último dia 17
Carnaval de quem trabalha
Enquanto o prefeito de Salvador pensa no lazer, Rui Costa demonstrou mais interessante em apoiar os pobres que dependem do Carnaval para geração de renda e já apontou caminhos para auxiliar essa parcela da população.
"Também sentaremos com os Municípios para avaliar algum tipo de recurso para aquelas pessoas que tiram da festa o seu sustento. Neste momento, repito o meu apelo de sempre, que vale tanto para o coronavírus quanto para o vírus da gripe: use máscara e vacine-se!", completou o governador no Twitter.
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