Se tem um soteropolitano apaixonado pela cidade, este alguém é o advogado Iuri Barreto. Há cinco anos, ele criou o Guia de Sobrevivência do Soteropobretano, blog e perfis nas redes sociais com dicas para aproveitar a capital sem gastar muito. A página, que conta com mais de 82 mil seguidores, é hoje mais do que um roteiro cultural, mas uma motivação para desbravar Salvador.
Em suas publicações, fica claro que você é apaixonado pela cidade. Quando você se deu conta de que Salvador era o "seu" lugar?
Sempre tive um orgulho de ser soteropolitano, mesmo tendo consciência de todas as mazelas da cidade. Não sou adepto da falsa propaganda de que aqui seria o melhor lugar do mundo. Amar Salvador não significa estar alheio a todas as críticas que precisam ser feitas.
Como é a sua relação com a cidade? Do que você mais gosta em Salvador? Do que você não gosta?
Salvador me desperta emoções opostas. Sou apaixonado pela cidade, principalmente pelo valor histórico e toda a riqueza cultural. Mesmo depois de tantos anos, ainda consigo me emocionar com as coisas mais simples, como um grupo de percussão nas ruas do Pelô, um pôr do sol no Humaitá ou o trio elétrico no Campo Grande. Por outro lado, fico triste porque nem todos têm essa relação de pertencimento com a cidade. Se Salvador é maltratada e apedrejada por detratores, isso também tem uma parcela de nossa culpa. Falo agora do outro lado da moeda: se é possível amar com pensamento crítico, também podemos criticar sem cair no negativismo extremista.
Você tem um bairro ou um lugar preferido na cidade?
Se tivesse que citar um, tenho um carinho pelo Santo Antônio Além do Carmo. Praticamente uma cidade do interior em pleno Centro Antigo.
O guia é referência para quem procura roteiros alternativos. Quais locais você indica para quem vem de fora?
Acho importante começar batendo ponto nos cartões-postais mais tradicionais, como o Farol da Barra, o Elevador Lacerda, o Pelourinho e o Bonfim. Num segundo momento, para uma imersão de baianidade, gosto de levar o turista na Feira de São Joaquim, numa praia do subúrbio, na avenida Sete e na Ponta do Humaitá. De qualquer modo, acho importante acabarmos com esse conceito de roteiro alternativo, que limita o desenvolvimento das potencialidades de outras atrações. Cada passeio combina com um tipo de perfil de turista, e Salvador tem opções para os mais diversos estilos.
O que você desejaria para a cidade neste aniversário?
O que desejo todos os anos: respeito. Respeito com a cidade e com quem divide esse espaço tão valioso conosco.
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