Parte da fachada de um prédio se desprendeu e atingiu ao menos uma pessoa na manhã desta terça-feira (14), na Rua Carlos Gomes, Centro de Salvador, próximo a um ponto de ônibus.
Morador do Dois de Julho, o atendente Carmerindo Manoel dos Santos, 51 anos, aguardava a condução para o trabalho, na Junta Comercial da Barra, quando acabou atingido na cabeça e ombro. “Partiu minha cabeça e não aguento de dor na clavícula. Não consigo nem mexer o pescoço”, disse ele, enquanto recebia atendimento de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em frente ao Edifício Saga, onde o incidente aconteceu.
Uma mulher, ainda não identificada, seria a segunda vítima. Segundo testemunhas, ela foi levada por populares para o Hospital Geral do Estado (HGE). No entanto, nenhuma vítima de acidentes do tipo deu entrada na unidade até as 11h45 desta terça.
Um paramédico do Samu informou que o estado de saúde de Carmerindo é estável, e que ele também seria encaminhado para uma unidade de saúde. Há suspeita de fratura.
Carmerindo contou ao CORREIO que não lembra bem de como tudo aconteceu, e que só sentiu uma pancada forte na cabeça. Recorda também que houve correria na hora do incidente, mas não soube confirmar se outra pessoa ficou ferida.
Avaliação
A área de circulação de pedestres em frente ao prédio foi isolada pela Defesa Civil do Salvador (Codesal), que fará uma análise do imóvel para saber se há necessidade de interdição. A parte que se desprendeu do edifício fica no segundo andar. “Houve desprendimento de fachada e há risco de novo acidente”, disse o engenheiro Paulo Passos, da Codesal, ao justificar o isolamento do local.
Segundo o superintendente de Fiscalização Secretaria de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Sedur), Everaldo Freitas, o que houve no local foi o desprendimento do reboco da fachada. Uma empresa foi acionada pelo condomínio e já está no local retirando o restante da parte que se soltou.
Os elevadores do prédio também foram interditados no início da tarde por fiscais da Sedur, pois a administração do condomínio não apresentou o laudo de manutenção dos mesmos. O síndico do edifício tem um prazo de 48h para apresentar o documento tanto referente aos elevadores quando ao prédio sob pena de multa.
Segundo o superintendente, toda empresa tem que apresentar à Prefeitura o laudo de manutenção predial a cada cinco anos, obedecendo o que determina a Lei Municipal 5.907/2001. O documento é obtido após realização de vistoria técnica no local feita por engenheiro ou arquiteto habiltado, em que são diagnosticadas as irregularidades no equipamento e providências a serem tomadas para corrigí-las.
Os estabelecimentos comerciais que funcionam no térreo do prédio – entre eles, um restaurante, lojas de utensílios, eletrônicos e bijouterias – continuam funcionando normalmente. A reportagem tentou falar com os moradores – nos andares acima, há apartamentos – e comerciantes, mas um homem que se identificou como síndico do edifício proibiu as pessoas de falar sobre o ocorrido.
< Anterior | Próximo > |
---|