Bairro de Itinga, em Lauro de Freitas
O perigo mora literalmente ao lado. Aliás, mais próximo que isso, é invisível e ronda as famílias de forma silenciosa. Esse triste diagnostico foi mais uma vez confirmado nesta quarta-feira (19), com a morte de uma menina de 14 anos, após participar de um jogo online com outros amigos. A adolescente, moradora do bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, teria se asfixiado enquanto jogava online pelo computador de casa.
A garota foi encontrada pela mãe com um cinto enrolado no pescoço. A adolescente chegou a ser socorrida e encaminhada ao Hospital Menandro de Faria, mas não resistiu e acabou morrendo. Familiares suspeitam que a morte tenha relação com um desafio chamado Choking Game (jogo de asfixia).
Esse é o segundo caso divulgado essa semana no Brasil. No último domingo (13), Gustavo Riveiros Detter, de 13 anos, morreu em um hospital de Santos (SP), de complicações decorrentes de um enforcamento. As suspeitas também são de que o menino tenha se asfixiado durante o desafio "brincadeira do desmaio".
Gustavo estava na casa do pai, em São Vicente, e foi encontrado enforcado no quarto em frente ao computador. De acordo com a polícia, as cenas do enforcamento teriam sido transmitidas para amigos do adolescente por webcam.
Apesar dos casos recentes, a “brincadeira” não é nova. Casos de mortes de adolescentes que se envolveram no desafio já foram registrados em vários países. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, entre os anos de 1995 e 2007, pelo menos, 82 crianças e adolescentes, com idades entre seis e 19 anos, morreram no país por causa da prática.
Com o surgimento dos casos, especialistas alertam para o perigo de deixar adolescentes sem supervisão. Além dos perigos envolvendo crimes sexuais e outros riscos relacionados ao ambiente virtual, essa prática com suas consequências deve ligar o sinal de alerta para as famílias.
Sinais de Alerta
O Instituto DimiCuida, que investiga e orienta sobre ações preventivas ligadas a “brincadeiras perigosas”, criou uma lista de sinais que podem ajudar os pais a identificar adolescentes envolvidos com esses jogos arriscados.
Segundo o instituto, olhos vermelhos e irritados, marcas no pescoço, pontos vermelhos ao redor do rosto, olhos e pálpebras, frequentes dores de cabeça e desorientação após passar tempo isolado ou sozinho são pistas de que o adolescente pode ter se envolvido numa brincadeira desse tipo.
Os pais também devem observar se os adolescentes mencionam jogos de risco em conversas ou veste camisetas de gola alta mesmo no calor; nesse caso, o alerta deve ser redobrado. A presença sem razão, na casa ou no quarto, de objetos como guias de cachorro, coleiras, cordas de pular, cachecóis e cintos amarrados a móveis ou trincos em portas deve acionar imediatamente a sirene do perigo.
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