O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), afirmou ontem que o governo defende segurar “um pouco” a votação no Senado Federal dos novos projetos de reajuste salarial do funcionalismo público já aprovados pela Câmara dos Deputados. Segundo ele, o momento político-econômico do país não é o mais adequado para votar matérias como essa.
“O que passou, passou (no Congresso). Agora é o momento de segurar um pouco essa questão de reajuste”, afirmou o ministro em entrevista após participar de almoço com líderes da base aliada do governo na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ainda segundo Geddel, essa é a mesma posição defendida pelo presidente interino Michel Temer. No encontro, Temer pediu “quorum” e “engajamento” da base aliada nas votações da pauta do governo no Congresso Nacional.
A concessão dos reajustes tem um impacto previsto de R$ 67,7 bilhões entre 2016 a 2018 e está gerando polêmica e enfraquecendo o discurso do governo sobre a necessidade de medidas “amargas” para que as contas do governo voltem a registrar superávits primários (economia de recursos para o pagamento dos juros da dívida). Essa contradição tem sido uma das críticas das lideranças do PSDB, que passaram nas últimas semanas a cobrar sinais mais claros de austeridade da equipe de Temer.
Geddel afirmou também que o governo está trabalhando pela rejeição de todos os destaques do projeto da renegociação da dívida dos estados com a União, entre eles o que prevê aumento do Fundo de Participação dos Estados (FPE), pedido pelos governadores do Norte e Nordeste.