Teve alta na manhã desta terça-feira (3) a mulher que teve o parto realizado no chão da Maternidade Albert Sabin, em Cajazeiras, na noite do último domingo (1º). De acordo com a diretora da unidade, Maria da Conceição Santos de Jesus, mãe e bebê deixaram a unidade esta manhã e ambos passam bem. No domingo, a equipe médica da unidade teve que forrar o chão da enfermaria com um lençol e fazer o parto ali mesmo, por falta de leitos obstétricos disponíveis.
Logo após o parto, a mulher, que não teve a identidade revelada, foi acomodada em uma maca, que vinha sendo ocupada por outra mulher. Esta, por sua vez, foi transferida para uma poltrona. De acordo com a diretora Maria da Conceição, a unidade amanheceu cheia nesta terça-feira, mas a situação melhorou desde ontem, quando os 62 leitos estavam ocupados e havia 17 mães e bebês extras, acomodados improvisadamente em macas. Outras mulheres aguardavam do lado de fora desde a quinta-feira (28), já sentindo contrações para o parto.
"A situação melhorou de ontem para hoje, mas continua cheio. Hoje, não tem ninguém para parir naquele caos que foi domingo, mas o hospital está lotado", disse. Os 62 leitos ainda estão ocupados, mas não há extras acomodados em macas. Segundo ela, a situação melhorou após as altas, que normalmente acontecem no período da tarde. No final da manhã desta terça, porém, os médicos já começavam a passar pelas enfermarias para avaliar quais mães e bebês já poderiam ser liberados.
Espera
O CORREIO procurou as famílias de duas das jovens que aguardavam atendimento na manhã da última segunda-feira (2) na Maternidade. Andréa Passos, 46, mãe de Aline Passos, 19, disse que a filha voltou para casa. "Até agora, nada. Ela foi pra casa, não conseguiu atendimento e ainda não deram previsão nenhuma", disse. Aline está grávida de nove meses e duas semanas.
Já a família de Josilene de Castro, 18, não foi encontrada. Ela também está grávida de nove meses e, na manhã de segunda-feira, andava pela recepção da unidade depois de já ter tentado atendimento na Maternidade Tsylla Balbino, na Baixa de Quintas.
Ao CORREIO, a direção da Maternidade Albert Sabin disse que, entre domingo e segunda-feira, a "superlotação superou tudo o que já se passou no hospital", que tem 23 anos de atividades, completados em março. O superintendente de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), José Raimundo Mota de Jesus, disse que, apesar da insuficiência de leitos, há uma demanda maior por atendimentos nos finais de semana, quando os municípios vizinhos a Salvador encaminham suas pacientes para as unidades da capital.
Já há recursos disponíveis para a construção de uma nova maternidade em Camaçari, na Região Metropolitana, e também para as reformas do Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba), em Brotas, e para a Maternidade Tsylla Balbino, na Baixa de Quintas.
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