O Globo Repórter desta sexta (24), que vai ao ar às 22h46, mergulha na história da Baía de Todos os Santos, o paraíso que conquistou os primeiros colonizadores há 500 anos. O programa destaca aspectos históricos e atuais da maior baía do Brasil, que surgiu quando a África se separou da América do Sul, há 100 milhões de anos.
A viagem é conduzida pelo repórter José Raimundo, que desembarca nas ilhas para conhecer suas curiosidades e mistérios. A Baía de Todos os Santos é formada por 56 ilhas de águas mansas e mornas, que se espalham por 1.200 km², um pedaço de mar quase do tamanho da cidade de São Paulo.
O repórter presencia o espetáculo protagonizado pelas baleias jubarte; descobre que o peixe mais consumido por baianos dessa região é a sardinha, acompanha o trabalho das marisqueiras e apresentas figuras como dona Cadu, 96 anos, ceramista cujos artigos são vendidos em feiras livres. Ou dona Eurides, 102 anos, que começou a sambar aos 10 anos e segue dançando.
O repórter José Raimundo mostra ainda seu lado destemido ao visitar a Ilha do Medo, a menor ilha da Baía e a única que não é habitada, cheia de histórias mal assombradas. Chegar lá já é complicado: são duas horas de barco, partindo de Salvador. O repórter tem como guia o professor de história Denilson Miguel, que conhece bem a região. E ele entrega: “Meu pai e meu avô já saíram correndo daqui porque ouviram vozes, gritos, gemidos. Pescador não vem aqui, não”, diz o professor.
Os dois vão a um velho casarão em ruínas, localizado bem no meio da ilha, que no século XIX servia de isolamento. “As pessoas que tinham doenças incuráveis nas ilhas eram trazidas para cá e aqui ficavam até morrer”, conta. “Talvez esses gritos e choros sejam as almas dessas pessoas, moribundos dos passados, que voltam para assombrar o lugar”, diz Denilson.
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