“O historiador do cotidiano”! Esta frase define bem o papel social do repórter, este profissional da imprensa que vasculha, garimpa o dia a dia da sociedade e transforma isto em informação. Sem este profissional, mesmo que muitos queiram minimizar sua importância, seria quase impossível o fazer jornalístico. São eles que vão a busca das noticias, farejam, investigam, apuram, constroem um narrativa entendível nas diversas esferas sociais, corre riscos, é mal interpretado, é mau tradado e, nem sempre tem o devido reconhecimento. É por isso que se convencionou comemorar no dia 16 de fevereiro, o Dia do Repórter.

Mocinho ou vilão? O nome mais citado pela imprensa nacional, nos botecos, redes sociais e conversas de esquina, talvez tenha sido o de Marco Prisco, ex-policial militar, expulso da PM em 2002, por ter liderado a greve da PM em 2001, e um dos representantes da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares da Bahia (Aspra), entidade que encabeçou, quase que isolada, a greve da PM este ano, que durou 12 dias, encerrada no último sábado, 11 de fevereiro. Para muitos policiais, Prisco é um herói, o “rei” da luta pela valorização salarial dos PMs. Para grande parte da população, ele é um “terrorista”, que liderou um movimento desastroso para a segurança da sociedade, com atos criminosos e de vandalismo.

A paralisação dos policiais militares da Bahia completa uma semana e em uma coisa todos concordam: passou da hora de terminar.  As negociações atravessaram a madrugada dessa terça-feira (8), tendo à frente o secretário da Casa Civil, Rui Costa, e tudo indica que o impasse esteja próximo do final.

Elucubrações de uma greve questionável. Com base no que foi dito pela própria Secretaria de Segurança Pública baiana e pelo governador Jaques Wagner, a greve deflagrada por parte da Polícia Militar da Bahia, deste a madrugada da última quarta-feira (1º), beirou o terrorismo. Há suspeita que policiais grevistas estejam envolvidos em atos criminosos que espalharam o terror na capital baiana e em algumas cidades do interior, tanto que a presidenta da República, Dilma Rousseff, autorizou a Polícia Federal a realizar as investigações pertinentes aos casos. Até agora 12 mandados de prisão foram emitidos pela Justiça para policiais grevistas.

“Já iniciamos a obra do Rio Camaçari...”, “Sabe, eu luto por Camaçari, gosto de Camaçari e vibro com o que acontece de bom em nossa Cidade. Estou muito feliz com a conquista de ontem...”, “Estamos comemorando a grande vitória da nossa Cidade com a repercussão do evento de ontem [segunda, 30 de janeiro] com a Pres. Dilma e o Gov. Wagner. Valeu Camaçari!”. As frases-desabafo são do prefeito Luiz Caetano, postadas em seu perfil no microblog Twitter, na última semana. O entusiasmo do gestor municipal parece refletir ao que lhe disse a presidenta, na ocasião da visita que fez à cidade: “só faz uma obra dessas [se referindo à Cidade do Saber], um prefeito que ama seu povo”. Será que o prefeito estaria ganhando, nas entrelinhas, uma “cabo-eleitoral”, ou torcedora, de peso para sua possível disputa interna, no PT, para a sucessão de 2014?...

Ainda é tempo da pergunta, considerando que o evento se deu na ultima semana e que democracia...

Democracia? Parece que a agremiação política, toda ela, em Camaçari não sabe bem o que é isto. Ao menos foi o que se percebeu na Lavagem de Jauá, na última sexta-feira, 27 de janeiro. Como praxe, neste ano, o ciclo de lavagens na orla do município virou palco para o ensaio da campanha eleitoral que se aproxima, mas, em Jauá a coisa descambou. O PTN, que é presidido no município por Maurício Bacelar, protagonizou, o que prepostos do governo entenderam como “um vexame, para eles mesmos”, ao esboçarem vaias para o prefeito da cidade, o petista Luiz Caetano, quando o mesmo discursava na festa, sobre a revitalização da orla daquela localidade.